A energia elétrica atualmente é a base da infraestrutura e das indústrias gerais, por isso, ao se tratar de um blackout generalizado, os riscos econômicos se mostram alarmantes. A Europa passou por um momento de desabastecimento de energia elétrica durante o final do mês de abril deste ano e, isso afetou países importantes na região, como é o caso de Portugal e Espanha.
Segundo Chestney (2025)[1], em uma reportagem da CNN Brasil, uma das causas mais comuns quando ocorre um corte de energia não planejado, são as condições climáticas extremas, como tempestades, raios e ventos fortes, entretanto, as condições meteorológicas no momento do colapso estavam boas.
Apesar de não ser o real responsável pelo apagão energético que afetou a Europa, as mudanças climáticas globais podem contribuir significativamente para uma possível instabilidade dos sistemas elétricos. Além dos eventos climáticos extremos que estão ocorrendo com uma maior frequência, sejam eles ondas de calor, secas, tempestades e inundações, estes eventos podem impactar diretamente na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GESEL, 2022)[2].
Foram levantadas pautas políticas sobre a segurança energética na Europa, inclusive a ponto de envolver os ataques cibernéticos. De acordo com Marcelo Branquinho, CEO da TI Safe, o evento desta semana evidencia a possível vulnerabilidade a ataques digitais que colocou a segurança cibernética no centro do debate político. A União Europeia também evita culpar uma única fonte de energia, o que sinaliza preocupação com a imagem das renováveis. O caso reforça a importância do reforço na segurança na infraestrutura digital que pode ser uma ameaça ao fornecimento de energia que ao longo das últimas décadas, houve uma transformação completa, e atualmente tudo é digitalizado, desde a geração até a distribuição energética.
Depois de investigações mais intensas e completas, o Governo Espanhol apontou que a principal causa do apagão foi uma queda abrupta de geração de energia em uma subestação em Granada, seguidas de falhas subsequentes em Badajoz e Sevilha[3].
O impacto de uma situação como essa levanta questões associadas à riscos políticos (como o ataque cibernético que foi prontamente descartado pelas autoridades) e aos riscos econômicos (como a paralização da produção industrial, serviços diversos e relacionados ao mercado financeiro). Neste caso, segundo reportagem do Diário de Notícias, grande parte das empresas portuguesas não possuíam sistemas de backup e apresentaram problemas importantes no atendimento aos clientes. Além disso, uma situação ainda que pontual apresentou uma perda estimada para a economia portuguesa em cerca de 2 bilhões de Euros.
[1]CHESTNEY, Nina. Qual pode ser a causa do apagão em Portugal e na Espanha? CNN Brasil. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/qual-pode-ser-a-causa-do-apagao-em-portugal-e-na-espanha/>. Acesso em: 05 de maio de 2025.
[2]GESEL, Grupo de Estudos do Setor Elétrico. Impactos das mudanças climáticas no setor elétrico: O papel da geração distribuída e do armazenamento de energia. UFRJ. Disponível em: <https://gesel.ie.ufrj.br/wp-content/uploads/2022/07/Brito_2022_07_07.pdf?>. Acesso em: 05 de maio de 2025.
[3] AGÊNCIA BRASIL – EBC. Apagão na Europa: origem foi queda de energia em subestação de Granada. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-05/apagao-na-europa-origem-foi-queda-de-energia-em-subestacao-de-granada>. Acesso em: 23 jun. 2025.