No dia 24 de maio, três dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais colombianas, foi realizado o debate entre os candidatos Iván Duque (Centro Democrático); Gustavo Petro (Colombia Humana); Sergio Fajardo (Coalición Colombia); Germán Vargas (Mejor Vargas Lleras) e Humberto de la Calle (Partido Liberal), que apresentaram suas propostas e foram confrontados a respeito ao Acordo de Paz, segurança pública, economia, políticas sociais e relações com a Venezuela. A transparência e o temor de fraudes no domingo, dia 27 de maio, foram tratados durante o debate.
Após os erros das pesquisas de opinião pública quanto ao plebiscito do Acordo de Paz entre governo e guerrilheiros, em 2016, são grandes as desconfianças a respeito das pesquisas que apontam Ivan Duque, do mesmo partido que o ex-presidente Alvaro Uribe, com 35% das intenções de voto, sendo seguido pelo candidato de esquerda Gustavo Petro, com 24% das intenções de voto. O candidato de centro Sergio Fajardo, com 18% das intenções de voto, pode surpreender e rivalizar com Petro. Já o vice-presidente Germán Vargas Lleras tem apoio de diversos políticos e, mesmo com 9% das intenções de voto, ainda é visto com uma força que pode chegar ao 2º. turno
Muitas análises questionam a capacidade de Gustavo Petro de ampliar seu eleitorado dado que partidos de esquerda na Colômbia historicamente apresentam índices marginais nas votações. No entanto, o discurso anti-establishiment e suas propostas de busca de um desenvolvimento mais igualitário vem atraindo parcela do eleitorado descontente com o status quo na política colombiana. Por outro lado, a opinião pública associa a esquerda aos grupos insurgentes e a guerrilha. É preciso apontar que Petro participou da guerrilha do M-19, que foi desmobilizado nos anos 1990 e seus membros integrados à vida política.
O candidato de centro-esquerda Sergio Fajardo apresenta-se um discurso moderado e mais amigável para os setores empresariais. Tem buscado atrair aqueles que temem a volta de uribismo com a vitória de Duque, mas também aqueles que não estão confortáveis com um governo de esquerda. Por isso, alguns apostam que sua vantagem pode se ampliar até domingo e avançar para a segunda posição.
Já para Lleras a situação é mais complicada dado que os casos de corrupção envolvendo membros do presidente Juan Manuel dos Santos e a alta rejeição dos eleitores aos políticos tradicionais são alguns dos fatores que afetam sua candidatura.
Durante o debate os candidatos reafirmaram o compromisso em buscar formas de ampliar a participação do país no mercado internacional e ampliar o crescimento econômico. Já os candidatos não indicaram alterações nas políticas macroeconômicas atualmente implementadas na Colômbia. De um lado, Duque, com uma posição de direta, apresenta um discurso liberal e favorável a política economia do presidente Juan Manoel Santos. Entretanto, Petro tem se posicionado aberto a compor com os diferentes setores da sociedade para uma política econômica mais inclusiva.
Quanto à agenda política, as posições são mais distintas entre os candidatos que apoiam o Acordo de Paz e os que propõem alterações nos seus termos. A reintegração dos ex-guerrilheiros e as relações com a Venezuela indicam as distintas posições entre os candidatos. Neste quadro, os resultados do 1º. Turno serão chaves para indicar os caminhos na agenda política colombiana e a estabilidade política no país.